29 setembro 2006

Poema simples

"Como um raio a rasgar a vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma cidade secreta
a levantar-se do chão, como água, como pão.

Como um instante único na vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma pétala dessa flor
a levantar-se do chão, como água, como pão.

Assim nasceste no meu olhar, assim te vi,
flor a florir desmedida, instante único
a levantar-se do chão, a rasgar a vida.

Assim nasceste no meu olhar, assim te amei,
vida, água, pão, raio a rasgar uma cidade secreta
a levantar-se do chão, flor a florir desmedida."

José Luís Peixoto

28 setembro 2006

Trem do amor


Há 7 anos entrei num comboio e nunca mais quiz sair.
O trem do amor continua a transportar-me por este mundo
Sem cansaço, sempre com alegria e novos recantos para descobrir
Não quero sair deste caminho
A próxima estação é no infinito

Beijos C!

26 setembro 2006

10 razões pelas quais amei Marrakesh

1. O cheiro inebriante a flores de jasmin que enche a cidade.
2. A limpeza imaculada das ruas tornando os passeios em delíciosas e misteriosas viagems.
3. As ruas largas da Medina onde somente andam pessoas e não bicicletas, burros, motas ou carros.
4. Os prédios recuperados ou em recuperação num trabalho louvável de permanente rehabilitação da cidade.
5. A higiene geral do povo marroquino aliando ao jasmin das ruas um leve aroma a rosas.
6. Os dentes limpos e imaculados dos marroquinos por vezes ofuscando os nossos olhos com tanto brilho.
7. A forma original como as moscas dançam por cima da carne convenientemente exposta ao sol, dos legumes cuidadosamente alinhados ou das especiarias secas.
7. As irrepreensíveis ordem e respeito que reinam no trânsito, fazendo com que um qualquer pacato Suiço parecesse um autêntico selvagem.
8. Aquela forma simpática e cordial de receber dos negociantes, uma simpatia dessas nasce com as pessoas, não se ensina.
9. A abertura de espírito dos homens de barba e roupão e das mulheres de shador. Um espírito que não tem paralelo nas culturas e religiões ocidentais.
10. A forma amigável e humanamente primorosa como são tratados os animais, sem excepção.

Por tudo isto, e mais, por se um povo e país que não mereço por ser um mero mortal, conto NUNCA mais voltar a Marrakesh.

18 setembro 2006

Curado?


Não sei quanto a vocês, mas para mim a perspectiva de comer algo que esteve previamente doente não me é nada apelativa.

O queijo até pode estar curado, mas padecia de quê? Era contagioso? Quanto tempo esteve assim? Trouxe a doença do seu país de origem ou apanhou cá? E a que tratamentos teve de ser submetido para ficar curado? E se não estiver 100% curado? Será que o vírus se pode contrair por via aérea?

Demasiadas dúvidas para esse pequeno prazer que é um queijo curado.

16 setembro 2006

Friends


11 setembro 2006

Ellipse

Este Domingo, com o tempo ensolarado mas sem muito calor, fomos à Ellipse Foundation sentir o pulso à actual arte moderna.

Entre instalações de gosto duvidoso e obras fantásticas, a exposição é sobretudo um iceberg cultural neste marasmo de arte contemporânea em Lisboa, até mesmo em Portugal. Muitas das obras são dignas de um Tate Modern (alguns dos artistas expõe efectivamente lá) ou de outro Museu de igual gabarito noutra parte do planeta, mas em Portugal é difícil as pessoas aderirem a este tipo de iniciativas.

Só assim se explica como um centro desta categoria estivesse semi-deserto, mesmo que a entrada seja gratuita.

As obras expostas vão de Julião Sarmento e Cabrita Reis a Dan Graham, Douglas Gordon, John Baldessari, James Coleman, Hamish Fulton, Bernd & Hilla Becher, Cindy Sherman ou Gillian Wearing. Como podem ver, só nomes representativos numa exposição avaliada em 10 Milhões de Euros. A boa arte paga-se caro, mesmo que por algumas das obras eu não desse nem um centavo, por outras ao contrário...

Nada melhor do que verificarem com os próprios olhos, por isso convido toda gente a irem até Alcoitão (o mapa está no site oficial da Ellipse) até ao próximo dia 18 de Setembro, data de encerramento, mesmo que fique um bocado fora de mão. O desvio vale a pena. Só está aberto Sextas, Sábados e Domingos.


10 setembro 2006

Como o vento ...



Esta é que deveria ter ganho o concurso das mais foleiras do blog da Cat.

Non other do que o Patrick Swayze a cantar She's like the Wind, ainda por cima foi escrito pelo próprio. Um momento inolvidável da história pop dos anos 80. A não perder.

Desliguem a música ao lado para apreciar na sua totalidade. O vídeo também é uma pérola.

08 setembro 2006

Breaking News


Não resisti. Mais uma pérola do 24 Horas.
Se não fosses tu, quem saberia quantas depiladoras tinham sido vendidas no último ano?
Um grande bem haja.

07 setembro 2006

IPO

Hoje participei numa acção que há muito me entusiasmava em poder participar: fui visitar crianças internadas no IPO.
Aproveitando a boleia da águia Vitória do Benfica e do seu tratador Juan Barnabé, fizemo-nos à estrada e fomos à hora do almoço visitar umas quantas crianças que, pelo infortúnio da natureza, estão em tratamento permanente ou ambulatório, vítimas de cancro.
Por entre birras burocráticas que nos obrigaram a voltar a abandonar o Hospital porque o animal "afinal" não estava autorizado a permanecer no interior, o sorriso das crianças ao ver de perto a águia do seu Clube foi contagiante e fez-me ganhar o dia, fez-me ganhar este e muitos anos.
O pequeno Tiago, que não deve ter mais do que 2 ou 3 anos, revelou um à vontade e um sangue frio acima da média esboçando sorrisos abertos, gargalhadas silenciosas e mexendo nas penas da águia, enquanto que outras crianças lá tiraram uma fotografia, primeiro timidamente revelando aos poucos uma enorme alegria.
Testemunhei igualmente a força dos Pais destas crianças, umas jovens, outras nem por isso, que tudo fazem para que elas passem momentos normais, apesar da anormalidade dos momentos. Elas também esboçaram sorrisos abertos e por elas também ganhei este dia.
Enquanto a águia se exibia, eu ia distribuindo posters da equipa do Glorioso assinados por todos os jogadores, o que na altura é um bocado irrelevante para eles, pois na presença da Vitória todos ficam embasbacados, mas que não é senão uma pequena lembrança para recordarem aquele momento.
Para a semana há mais, esperemos que com mais crianças, menos problemas e mais organização.
Os Clubes têm que estar inseridos nas suas comunidades e esta foi a minha, pequena, contribuição para que algumas crianças pudessem ter uma história diferente no dia de hoje que não remédios e tratamentos.
As melhoras para todos eles e um abraço cheio de força para os Pais.

04 setembro 2006

Uma questão de etiqueta

Obedecendo ao desafio que me foi lançado pela patioba, e tendo em conta o que ela gosta no meu blog, aqui vai:

A noite caia quando me capturaram.
Bastou um momento de desatenção, um pouco de
Clorofórmio e, de um momento para o outro, estava prestes a ser torturado.
Desde a minha captura na
Eritreia que não era submetido à violência
Física e psicológica.
Gracejavam enquanto me amarravam a uma
Haste ensanguentada no meio da sala escura.
Imaginava a dor que me aguardava. Provávelmente
Já estariam a contar com a minha resistência, não estivesse eu em
Katmandu, refúgio de criminosos procurados por criminosos.
Longe iam os tempos em que conseguia aguentar
Muito tempo à dor.
Nunca tinha revelado segredos, mas o
Objecto afiado que brilhava na minha frente, deixava antever o
Pior. Desmaiei.
Quando me reanimaram consegui
Reconquistar uma nova energia
Sentindo que ainda não seria desta que a Mossad seria
Traída por um dos seus elementos.
Um dos raptores pegou na lâmina enquanto gritava
Violentamente numa língua que desconhecia mas que soava a
Wendish, língua falada em alguns países Eslavos. Parecia um mutante saído dos
X-men. A faca era estranha, em forma de
Y e tinha recortes para rasgar a pele com mais facilidade. Tentei apelar ao meu lado

Zen quando ele começou lentamente a enfiar o metal na minha perna esquerda..

01 setembro 2006

Não quero

Não quero viver num mundo assim.

Tenho o defeito de acreditar na palavra das pessoas. Sou demasiado crédulo. Ingenuidade chamam-lhe alguns, prefiro chamar-lhe réstea de infância.

Mas vou aprendendo, para meu mal, que neste T0 com vista para o mar, quem vence são os que mentem, ludibriam e que não são recompensados os que verdadeiramente merecem, antes aqueles que apunhalam para merecer.

Não sou invejoso, não pensem isso. Fico contente com o sucesso alheio quando é genuíno, nobre, mas isso raramente acontece em Portugal.

Não quero viver num país assim, com mentes assim, mentes que mentem, e por isso vou continuar a ser como sou, por entre os dissabores que daí advenham, porque acredito que é o caminho certo, o caminho mais puro, o percurso mais enriquecedor.

A réstea de infância há de vencer.