22 fevereiro 2005

SOL

Porque às vezes os homens julgam-se maiores do que são na realidade quando de facto somos a ínfima parte de uma microscópica fatia do universo. Não resisti em mostrar-vos o que todos os dias nos ilumina, nos dá calor e que tão pouco damos valor.


18 fevereiro 2005

Valadares

Em honra a esse monopólio que assola as casas de banho desse País decidi contribuir para a próxima campanha publicitária. Aqui fica.

Politiquices

Eu já decidi!

Vou votar nesse magnífico partido que anda por aí a fazer uma magnífica campanha: o PS"Eû"

O PS"Eû" é o partido que nasceu do facto do PS ter só duas letras e assim não poder gritar alto e bom som o seu nome nos comícios.

O PSD e a CDU têm ambos o benefício de ter três letras o que facilita o apelo aos militantes / apoiantes /simpatizantes / meros curiosos / gajos perdidos que andam por lá. Assim, quando o speaker grita "P. S.D!,P. S.D!,P. S.D!" as pessoas entoam em uníssono "P.S.D!, P.S.D!, P.S.D!". O mesmo acontece com a CDU, só que com menos militantes (meio adormecidos), menos apoiantes e mais gajos perdidos.

O Bloco de Esquerda beneficia de ter uma palavra curta e fácil de gritar "BLOCO!, BLOCO!, "BLOCO!", mesmo que haja algumas pessoas que dizem "P'Ó CÚ!" mas ninguém repara.

O PP dispõe de duas consoantes fechadas o que proporciona igualmente o frenesim popular. "P.P!,P.P!,P.P!". É fácil, é curto e dá 6% de votos.

O partido mais prejudicado nisto das letras é o PS. O "S" é uma letra lixada de se gritar. Faz parte daqueles rol de letras que nasceram para serem silenciosamente pronunciadas, sozinhas ou só com mais uma letra, como o "M" ("mê", para a pequenada), "N"ou o "L". Sublinho a importância de ser sozinhas ou acompanhas de só uma letra porque com três ou mais já funciona. Se gritarem "P.N!, P.N!, P.N!" vão dizer P.N"Eû"!P.N"Eû"!P.N"Eû"! enquanto que se disserem "P.S.N." a coisa já seja melhor, muito embora o partido esse já deixe um pouco a desejar.

Portanto eu vou votar P.S."Eû"! porque acho que temos de dar uma hipótese às letras tramadas.

Já agora, e mudando um pouco o tema, já alguém se lembrou de perguntar ao Paulo Portas se ele é a favor ou contra dos homossexuais nas forças armadas? Tou curioso em relação à resposta.

17 fevereiro 2005

Absolut

16 fevereiro 2005

Solidão

Uma das maiores tristezas que existe é a solidão a dois.

Pensei nisto hoje de manhã, enquanto observava os carros ao meu lado no trânsito, em andamento de caracol a pé coxinho. Dei por mim a ver vários casais que não se falavam. Cada um do seu lado, cada ser no seu mundo, ele olhava para a esquerda enquanto ela retocava a maquilhagem no espelho mínimo. Provavelmente a banda sonora dentro do habitáculo seria "Holding back the tears" dos Simply Red ou então "I used to love her, but I had to kill her" dos Guns and Roses.

Vi nesses casais um reflexo da nossa sociedade actual em que, não obstante todas as ferramentas de comunicação, as pessoas se fecham cada vez mais dentro do seu próprio âmago. O que vi sobretudo foram pessoas em que a nostalgia era nítida, em que a melancolia estava à flor da pele, em que a esperança se esbatia aos poucos.

Os portugueses andam muito em baixo. Já não estão de tanga, estão nus. Já não estão à rasca, estão totalmente enrascados, entalados. Somos neste momento um país triste e tristemente só.

Queria que este texto fosse um pouco mais animador, um factor de motivação por isso peço-vos que fechem os olhos e imaginem-se numa praia no Brasil. Ouvem-se as ondas do mar a baterem na areia, sente-se uma brisa leve e quente a abraçar os vossos cabelos, o sol luminoso aconchega o rosto e reconforta a alma. Têm um coco gelado na mão esquerda e a pessoa que amam ao vosso lado direito. Pensem que essa pessoa é a mesma que está todas as manhãs com vocês no carro.

Uma das maiores alegrias que existe é o amor correspondido.

O Major

Há já algum tempo que não se ouve falar de um grande senhor da parça nacional, um enorme político e gigantesco homem de apitos. Falo sim do Sr. Loureiro, Valentim de seu nome, mais conhecido no meio por "O Major".

Eu gostava de ser conhecido por "O Major". "Major" ou "Mestre". "Mais alguma coisa...Mestre?", "Está tudo bem...Mestre?". Fantástico. Mas "Major" não lhe fica muito atrás, sobretudo porque carregua consigo uma conotação militarista que induz força e virilidade. Gosto.

O que é que será que aconteceu ao "Major"? Será que lhe fizeram uma oferta que ele não pode recusar? Será que dorme com os peixes? Será que roubou o apito dourado e foi viver com a Srª. Felgueiras para o Brasil?


15 fevereiro 2005

Deus, me acude!

Com o falecimento da irmã Lúcia, vi-me hoje a questionar a minha fé, mais concretamente, os símbolos da minha fé.

Para dizer a verdade, sou católico, mas muito pouco apegado à vertente humana da questão de crença, sobretudo porque para mim o ser humano é um animal vil por natureza, ambicioso, venenoso e que normalmente está bem quando os outros estão mal. Assim, é complicado para mim sentir através de símbolos o que sinto no interior do meu coração e da minha alma. A Igreja é feita por homens e assim sendo haverá sempre algo de podre no seu interior, existirão sempre dúvidas acerca da verdadeira motivação desses senhores de vestes. Para mim, basta ouvir as notícias e verificar que um padre (infelizmente não foi só um) abusou de alguém, para que me venham automaticamente vómitos do fundo das tripas.

Que dizer então do homem que anda no carrinho branco às voltas pela Praça de São Pedro. Aquilo é o símbolo máximo da minha Igreja?

Faz-me igualmente profunda impressão que homens que se dizem servos de Deus e dos Seus ensinamentos vivam no luxo e na opulência quando estão rodeados de podridão e pobreza. Há algo que não bate certo.

Para finalizar, e numas curtas palavras à irmã Lúcia, eu até tenho alguma admiração por esta senhora, não sei bem porquê mas tenho. Só não percebo estes ritos e mitos da clausura. Com tanta gente a precisar de ajuda, de uma mão estendida, de uma palavra, a melhor forma que algumas pessoas arranjam para servir Deus é enclausurarem-se?

Não percebo.

11 fevereiro 2005

Bardamerda

Tal como a Estátua de Liberdade semi-enterrada no final do mítico filme com Charlton Heston, que fazia de bom na altura, vejo hoje que a nossa liberdade individual, ao invés de aumentar, regride. Á semelhança de um Charlton altamente injustiçado por um mundo que já não é o dele, andamos nós hoje em dia, individualmente e solitariamente, à procura de um eldorado que julgamos nos foi prometido, de um qualquer xanadu real ao virar da esquina.

O problema é que de facto isto actualmente É o Planeta dos Macacos, não só pela nossa descendência directa dos símios em questão, mas também e sobretudo porque os nossos políticos e dirigentes - quando digo nossos digo a nível mundial - se assemelham cada vez mais a seres acéfalos e em busca dos neurónios perdidos. O que eu gosto, mas gosto mesmo, é que eles ainda julgam que nos podem enganar, que acham que de facto vão construir mais hospitais, que de facto vamos ter melhor educação, que verdadeiramente vamos ter alguma segurança laboral e social. Juro que por vezes acho que tudo à minha volta está a andar para trás. Tomemos os cinemas como exemplo: durante anos um gajo comprava um bilhete e os lugares eram marcados, óptimo; a seguir vieram as sessões sem lugar designado, tudo bem; depois, numa visão de optimização do serviço ao cliente, foi possível reservar o lugar exacto que se queria, excelente; agora voltou-se ao livre arbítrio do espaço escuro. No outro dia fui com a Cat ao cinema e pimba! ficámos em lugares separados porque a sala estava cheia. Mas isto é só um exemplo, estejam atentos aos sinais de retrocesso porque eles andam por aí.

Por mim era simples: entregar a essa grande empresa de nome Compta toda a colocação de políticos no nosso parlamento e governo. Talvez tivéssemos o Sr. Jardim a ministro do ambiente, o Sr.Portas a ministro das obras púbicas e o Sr. Lopes a ministro das discotecas e bares nocturnos (sim, porque nisso dou-lhe nota 20!). A primeira-ministra designavam a Zita Seabra e a sua poupa de três metros e meio. Poupávamos pelo menos o trabalho de irmos às urnas.

Não quero ser venenoso, mas aquele vegetal ambulante no carro branco é o representante máximo da minha religião?

Querem ver que, por este andar, qualquer dia até a Coreia do Norte ou o Irão têm a bomba atómica. EHEHEHEH...