29 junho 2005

Now you will learn about loss

As relações que a certo momento brilham e perspectivam um futuro duradouro podem virar turbulentas e aziagas. Tudo se altera quase de um instante para o outro, ou pelo menos assim parece, e o amor que unia dois seres torna-se numa indiferença latente ou num recôndito ódio. Sempre tive para mim que os portugueses se lançam demasiado rapidamente em relações profundas, em casamentos fortuitos e na génese da geração que se nos segue.

O grande problema para mim, são as separações ou divórcios que metem filhos pelo meio. Sei por experiência de amigos meus, que quando a separação se avizinha, tudo fazem para defender interesses próprios, beliscando amiúde o próprio bem-estar dos filhos. Se os amores foram fortes e súbitos, os ódios são viscerais e ilimitados. Às tantas as duas pessoas interrogam-se mesmo como é que alguma vez amaram aquele ser, prometeram-lhe juras de amor eterno, partilharam momentos de paixão, riram-se juntos e pensaram talvez “é o amor da minha vida”. Como?

Quando o tribunal se apodera do caso, esta união, esta pequena família, não representa mais do que um dossier na pilha da esquerda, num amontoado de dor que cresce dia após dia. O pó instala-se nas páginas acastanhadas da mesma forma que se apodera pouco a pouco da relação. No meio disto, o juiz nem sempre decide correctamente, nem sempre sabe sequer como decidir, por ele talvez até deixasse o filho com o Pai, mas ele trabalha demasiado e não tem tempo para ele, talvez o deixasse com a Mãe, mas ela está mentalmente instável e afecta a apregoada estabilidade da criança, talvez a guarda conjunta seja a solução mas o casal está em litígio pela posse do carro, da casa, do candeeiro que compraram em Paris e do tapete Marroquino, como será com o filho? Por vezes o ponto da discórdia nem sequer é a guarda, é o valor da pensão e entre a súbita pobreza do Pai e as exigências excessivas da Mãe, ou vice-versa, o juiz tem que trilhar o árduo caminho da justiça injusta.

As Mães em Portugal acabam sempre por ter noventa por cento de hipóteses de ficar com a criança, mesmo que o Pai até lhe proporcione mais segurança e conforto. Não consigo sequer imaginar-me a querer estar com um filho e não poder. A querer partilhar os sorrisos de fim de noite e não poder. Dar-lhe o derradeiro e reconfortante beijinho sem o qual ele não adormece e somente encontrar uma almofada deserta com a brisa do seu perfume.
No meio de isto tudo existe um ser puro e inocente que pensa unicamente porque é que o Pai foi viajar durante tanto tempo e porque é que a Mãe chora à noite.

25 junho 2005

Happy Birthday Phil!



Beijo grande deste irmão que também procura a pessoa que há em si ;-).

23 junho 2005

Fire Walk With Us

Até mete pena, mas é uma realidade...sem grandes comentários infelizmente

22 junho 2005

Vida

Flores ao vento
Sol incandescente
Brisa suave e quente
Bailado infinito
Natureza envolvente

Deitado na relva transparente
Sinto o perfume que se eleva
Neste dia simplesmente
Como qualquer outra manhã
Como qualquer outra hora

Conto o pulsar do meu coração
Ondas que nunca desistem
Vibrações que me alimentam
A alma, a paixão

Nesse momento translúcido
Que marca os passos
Ritma o fluído
Dos sanguíneos vasos


Descubro o horizonte

20 junho 2005

Sobrinho



É o meu único sobrinho, aqui com a minha irmã Marta, mãe dele.

Não o inclui na montagem das crianças porque é mais um teenager inconsciente do que uma criança de tenra idade. Não deixa por isso de estar sempre no meu coração e no meu pensamento, antes pelo contrário. É um verdadeito génio, um wiz-kid da nova geração.

Manelinho, um beijo muito especial para ti, deste teu Tio que te ama muito.

08 junho 2005

Promessas?

Durante a campanha eleitoral, José Sócrates prometeu que, uma vez no governo, iria criar 150.000 postos de trabalho.

Tenhamos calma, que o senhor Eng.º está a “trabalhar”!

Depois de Fernando Gomes na Galp, Nuno Cardoso nas Águas de Portugal, Luís Nazaré nos CTT e António Vitorino na RTP, já só faltam 149.996.


FORÇA PORTUGAL!



Palhaços!

Por um dia

Só por um dia, gostava de ser a Lua.
Uma esfera de prata de contornos perfeitos,
Uma mão estendida através do espaço,
Uma pena branca que paira dia após dia.

Gostava também de ser o Sol.
Uma estrela dourada de calor constante,
Um raio forte e duradouro,
Uma certeza infinita.

Por um dia, gostava de ser o Mar.
Um manto azul puro e silencioso,
A tranquilidade finalmente encontrada,
Um espírito vivo e simples.

Por um dia ser a Terra.
Um ser sólido, forte e imutável,
Uma alma eterna,
A imobilidade da transformação.

Só por um dia, gostava de ser um sonho.
O sonho de um dia poder ser a Lua, o Sol, o Mar, ou a Terra.
Finalmente voar,
Finalmente existir.

Por um dia que fosse.

Dedicado ao meu amigo, meu irmão Philostrate

07 junho 2005

Simplesmente lindas



Um grande beijo.

06 junho 2005

Fire walk with me



Imaginem uma sala cheia de fumo.


A côr vermelha da caixa até ajuda a lá chegar, mas aqui é que as coisas se complicam. No pânico, tem de partir o vidro de cima para tirar a preciosa chave que abre a porta de acesso ao extintor. Não é bem visível na foto, mas a chave em si está pendurada por um pequeno ferro e mesmo no limite do equilíbrio, ou seja ao quebrar o vidro, existem 98,7% de hipoteses que a chave caía para dentro. PÂNICO cada vez maior. A chave caí, tentamos agarrá-la através do pequeno buraco, tarefa que se assevera impossível. Depois de vários cortes nas mãos e nos braços devido às tentativas de apanhar a chave, resta partir a janela de baixo, mas esta é bem mais difícil de partir, visto não quererem roubar o precioso extintor.

Resultado final, encontram um corpo calcinado no meio das cinzas, marcas de cortes profundos nas mãos e braços, com uma chave na mão e a caixa do extintor preciosamente fechada.

O chefe dos bombeiros dirá certamente - "Olha, pelo menos não roubaram o extintor".

Realidades do nosso país.

03 junho 2005

Separados à nascença?



Che Guevara e George Clooney...ou George Clooney e Che Guevara, já tou perdido.

“O traço por baixo do luar”

A esperança outrora infindável morreu de tanto esperar,
Desfaleceu no beco mais escuro da mais escura das ruas
A pensar como era bom descansar, finalmente parar.

Não podemos culpabilizá-la de desistir, de perder a esperança
Pois foi ela que nos trouxe o pouco que nós temos
E se algo devemos a tanto ter esperado, foi pensarmos às vezes como qualquer criança.

Sentou-se à sombra da penumbra a olhar para cima e a pensar
Como era bom sentar-se um pouco, repousar as pernas, apaziguar a alma
E no céu escuro que vislumbrava por entre os prédios, viu um traço por baixo do luar.

Como era belo e infinito
Como era cândido e nostálgico
Pleno de melancolia e de pureza
O traço branco que furou a natureza

E chorou de alegria por finalmente ver algo de simples, algo de puro
Ela que tantas esperanças depositara no Homem, mas que cedo se apercebeu
Que nada de bom pode vir destes seres que lutam por nada, que lutam por tudo.

Quando baixou os olhos para ver quem se aproximava
Foi assaltada por dois homens à força de uma arma
E como este era o beco mais escuro da mais escura das ruas
Violaram a esperança sem que ninguém fizesse nada.

Ficou ali, no meio da rua, meio despida, ensanguentada
A perguntar-se porquê dar esperança a estes animais
Que não vêem nada, que cospem sobre tudo, que são tão banais.

Por fim desistiu, encostou-se à beira do passeio e dormiu
Olhou uma última vez para o traço por baixo do luar e sorriu
Como era belo e infinito
E a paz que trazia fê-la acreditar que talvez um dia.
A esperança havia de regressar plena de energia.

Quando cedeu à sua própria vontade, do escuro surgiu uma criança
Segurava entre as mãos uma esfera azul que deixou cair
Quando viu que a esperança tinha decidido partir.

Segurou-lhe a mão, acariciou-a, pô-la junto ao seu coração e disse-lhe ao ouvido
“Não me abandones que ainda sou novo, dá-me algo em que acreditar”
Mas ela não ressurgiu, tinha deixado de lutar.

A criança deitou-se ao colo daquele corpo ainda quente a abraçou-o
“Não te vou deixar porque sem ti também não vale a pena
Ser criança no meio de toda esta tristeza”

Por baixo do traço por baixo do luar, foram-se os dois finalmente em paz
E eu também penso em partir pois agora nada me resta
A não ser a vã esperança
De um dia voltar a ser uma criança.

02 junho 2005

Dia da criança

Actualmente existem algumas crianças que me apertam o coração sempre que as vejo ou penso nelas.



Existe outra que também amo muito, mas que já é mais crescidinha. Beijos para a J!

P.S.: a quantidade de fotos foi à medida das que eu tinha, o afecto é igual para todos. BJS

01 junho 2005

Casa de banho portuguesa, com certeza

Retrato fotográfico de um azulejo de casa de banho de um bar do Bairro Alto.
Sem mais comentários.