20 novembro 2009

Courage

"Courage is not the absence of fear, but rather the judgement that something else is more important than fear"
Ambrose Redmoon

18 novembro 2009

A relevante irrelevância dos cabides.

Talvez não tenham notado, mas o cabide tem género.
Para os homens os cabides têm tanta importância quanto tem a posição dos bibelots nas estantes lá de casa. Nenhuma. Para as mulheres, pelo contrário, os cabides assumem um valor único.
Para o sexo feminino, o cabide tem que combinar com a cor do armário, branco, preto, cor de madeira, whatever, tem que ter ombros maiores para os casacos, menores para as camisas, pinças para as saias, entradas para os vestidos. A escolha do cabide é uma ciência não uma lotaria. As opções são medidas e cuidadas. Há cabides cheios de estilo que ficam melhor, outros que elas odeiam porque "não combinam com o resto".
Para o sexo masculino, pelo contrário, até pode ser daqueles de aço fino, desde que pendure, tanto faz. No máximo podem existir três ou quatro com ombros mais largos para os fatos, mas mais nada. De qualquer forma o homem que é homem não compra cabides, fica com os que vêem da loja ou da lavandaria. Se de facto tiverem necessidade de comprar, optam usualmente pelo mais barato. A cor não interessa porque de qualquer maneira o cabide fica tapado pela roupa. Assim temos cabides laranjas, brancos, verdes ou pretos e, invariavelmente e em grande maioria, o tais fininhos de metal.
O homem nunca parte o seu cabide favorito, isso não existe. Quando isso acontece a uma mulher fica alguns segundos a olhar para a madeira agora pendente a pensar nos momentos que o cabide passou.
De qualquer das formas, independente de géneros e credos, uma coisa é certa: o cabide nunca nos deixa pendurados.

12 novembro 2009

Enke

Não venho aqui falar do guarda-redes Robert Enke. Para isso existem outros blogs e outros espaços.

Venho falar de Robert Enke, o homem defensor de direitos animais, envolvido em inúmeras campanhas da P.E.T.A., que lutou por um mundo melhor para aqueles que não se podem defender pela sua própria voz.
Quando esteve por cá a representar as cores do Benfica, uma das ocupações deste rapaz de então 22 anos era recolher cães abandonados, tratá-los, alimentá-los e arranjar-lhes um dono condigno. Um dono que merecesse o cão e não o contrário. Acabou obviamente, porque podia, queria e porque assim ditava a sua sensibilidade, por ficar com oito desses cães, todos encontrados na rua, que acabaram por acompanhá-lo ao longo da sua vida e entrar em algumas campanhas com ele.

Em 2002, na véspera do campeonato do Mundo de futebol na Coreia/Japão, deixou-se fotografar com dois dos seus cães para dar voz ao tratamento de que estes animais são alvo na Coreia. "Don't kick the dog, kick the ball!" clamava ele. Um homem de convicções fortes.
No dia 10 de Novembro, aos 32 anos, suicidou-se, deixando a mulher Teresa e a filha Leila, que adoptou em Maio deste ano. A mulher confirmou à imprensa que Robert Enke sofria de depressões crónicas há seis anos e que o falecimento da filha em 2006 tinha sido devastador. Viviam todos numa quinta, afastados dos holofotes da fama tipo "Beckham", onde viviam em paz com todos os seus animais.
Fazem falta pessoas como tu neste mundo, Robert, pena que tenhas decidido partir cedo demais. Foste um verdadeiro guardião, em todos os sentidos que a palavra pode ter.