26 março 2010

Rato Zinger e a Igreja de Queijo

(É comprido, eu sei...)
Os escândalos sucedem-se, a sociedade indigna-se e a Igreja ignora.
Recentemente revelados que foram inúmeros casos de pedofilia praticados por membros da Igreja Católica, ainda muito há para descobrir e desenterrar. Do Brasil à Irlanda, passando pelos Estados Unidos e pela Alemanha, membros do clero abusaram, sabe-se agora, anos a fio de crianças desprotegidas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o padre americano Lawrence Murphy abusou de 200 crianças surdas de 1950 a 1974. Leu bem, 200 e sim, leu bem, surdas. A descoberta destes factos atrozes e obscenos seria de louvar se se seguisse a consequente punição severa e adequada, quer civil, quer da própria Igreja. Mas não. Foi exactamente o oposto que sucedeu. A Igreja, com receio de provocar escândalos e afastar fieis, sonegou a verdade durante anos (talvez o continue a fazer) impedindo muitas vezes que padres e afins fossem presos, julgados e condenados.
As igrejas americanas tiveram, até ao momento e no seu conjunto, que pagar mais de dois mil milhões de dólares em indemnizações diversas, todas ligadas à pedofilia de padres. Um valor significativo no mínimo.
No caso do Padre Murphy que trabalhava numa escola para deficientes auditivos, foi encontrada correspondência que prova que Joseph Ratzinger, agora Papa Bento XVI e na altura responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, sabia das ocorrências sendo a sua preocupação central a protecção da imagem da Igreja em detrimento do apuramento da verdade e da protecção das crianças. O próprio Papa!
Na Irlanda, o cardeal Brady teve que pedir perdão depois de ter admitido que em 1975, enquanto sacerdote, tinha participado em reuniões secretas nas quais duas vítimas de abusos sexuais tinham assinado promessas de silêncio. As autoridades eclesiásticas investigavam então o padre Brendan Smyth, que foi condenado à prisão de quase 20 anos depois de ser considerado culpado por abusos sexuais contra centenas de meninos ao longo de quatro décadas. Foi condenado, sim, mas durante os anos de silêncio violou crianças que poderiam ter sido protegidas.
No meio destes casos que não param de aparecer o cardeal português José Saraiva Martins, denunciou “uma conspiração” contra a Igreja Católica. “É um pretexto para atacar a Igreja. Não devemos ficar demasiado escandalizados se alguns bispos sabiam e mantiveram o segredo. É isso que acontece em todas as famílias. Não se lava a roupa suja em público.”
Caro Sr. Martins, não se trata de lavar roupa, trata-se de condenar homens que violaram deliberadamente e sequencialmente crianças inocentes. Por causa de homens como o senhor é que odeio e reprimo a Igreja, apesar de acreditar em algo maior. O senhor é uma vergonha e se essa é a sua família, repugno-a.
Quando o próprio Papa comprovadamente esconde factos para salvar o que não tem salvação acho que está tudo dito sobre o que é e sempre foi a Igreja: uma organização feita por homens e portanto falível como os homens, corrupta, maliciosa, traiçoeira, ávida de poder, ambiciosa e cega. Como os homens.
Um manto de silêncio não apaga as mágoas ou as injustiças, somente as cobre.
Se acreditam no céu, é bom que acreditem no inferno também.

24 março 2010

Sand Box

15 março 2010

Full Moon



Lua.
Fazes anos hoje. Uns 10 ou 11, não sei bem.
Para mim é mais do que simplesmente uma data, é verificar que estás ao meu lado há tantos anos, que continuas igual, com a mesma alegria, a mesma ternura, a mesma fidelidade, o mesmo olhar.
Por vezes é verdade que te sinto mais pachorrenta, mas suponho que sejas tu a acompanhar-me na idade, à semelhança dos cabelos brancos que ambos temos. Continuas alerta a palavras mágicas como "rua" ou "osso" como no primeiro dia e, embora mais obediente, continuas a fugir à desgarrada quando vamos correr, mais tu do que eu, para a praia, apesar dos gritos que lanço ao vento com o teu nome.
Parabéns minha Lua, minha querida Lua.

11 março 2010

Bad news

Um optimista é um pessimista que ainda nao soube das noticias.

08 março 2010

And the...

Após anos de imposição pela Academia de Hollywood como forma a não discriminar os candidatos "vencidos", pelos vistos os apresentadores puderam abandonar o tradicional "and the Oscar goes to..." para dizerem novamente "and the winner is...".
Basicamente um "fuck politics!" tout court.

05 março 2010

Senso

"O senso comum não é assim tão comum."
Voltaire