31 maio 2007

Notes on a book

Nas cinzas do tempo
Na memória de cada momento
Ando por entre as ruínas do meu pensamento

Nas cinzas das horas
O fogo arde, a chama chama-me
Inexoravelmente

À sombra triste da tua ausência, infinitamente
Espero pelo breve momento
Em que a memória do tempo
Te conduza de volta ao meu pensamento

À sombra iluminada das cinzas do tempo
Revejo o sinal brilhante do teu aparecimento
E, em cada momento,
Peço que me levem com as cinzas ao vento

Numa brisa quente
Voltar a perder-me nos teus olhos
Voltar a encontrar-me na tua pele
Para que as horas do meu pensamento
Voltem à intensa memória de cada momento

Instantes infinitos à beira do tempo
Quando sentíamos ambos o calor ardente
Dos nossos corpos unidos ao vento

Quero viajar com as cinzas do tempo
Para que a chama que me chama
Volte a arder em cada momento

E nunca mais perder o teu pensamento

Warm


29 maio 2007

Sentido




24 maio 2007

Note to self (and to Carmona)

Não confundir o poder do amor com o amor ao poder.

E dura, e dura, e dura ...

Eu não queria, mas o gajo obrigou-me.
Ora aqui vamos:
O Sr. Rodrigues decidiu recandidatar-se à Câmara da capital, trocando a volta a todos, dando o dito por não dito, porque o apoio dos lisboetas foi grande. Qual apoio?
Na lista do Sr. Rodrigues estão Gabriela Seara e Fontão de Carvalho, ambos arguidos em processos, como o próprio aliás. Lembram-se? É o que chamam os ingleses "a wise decision".
O Presidente da Gebalis, empresa dos bairros municipais, e também (ó espanto!) implicado em alguns processos, faz igualmente parte da lista. É o que chamam os ingleses "a winning team".
Esperem ... a cereja no topo do bolo vem depois.
Confrontado com a possibilidade de a Bragaparques apoiar a sua candidatura o Sr. Rodrigues diz: "Podia dizer que sim, porque não tenho nada a ver com eles. Dizer que "não" daria a impressão de que tenho complexos com a situação."
Este gajo é mesmo estúpido, ou sou mesmo eu que embirro com ele?! É que agora estou na dúvida.
Caríssimo Sr. Rodrigues, muy estimado António Pedro, sua excelência Carmona, o senhor vá tratar-se. Depressa.
Arranje aconselhamento profissional médico rapidamente e deixe de seguir os conselhos das empresas de comunicação que o acessoriam e que, à falta de melhor palavra, estão-lhe a enfiar um dedo, grande, no cú.

21 maio 2007

:-<

Dou a figar doende à gonta desde dempo ...

18 maio 2007

Violinos por favor...

«O meu rio é o Tejo, a minha canção é o fado e o meu partido é Lisboa».

Lágrimas, lágrimas...

Este Carmona é um verdadeiro lírico, sem dúvida.

O que eu acho estranho é que somente depois de confirmadas as candidaturas de Fernando Negrão e, sobretudo, de António Costa, é que o Sr. Rodrigues tenha feito o seu discurso de desistência da corrida à Câmara, mas se calhar sou eu que já estou a embirrar com o homem. Coincidência, ou talvez não?

16 maio 2007

Certezas

"Entre a certeza da dúvida e a dúvida da certeza é que se contrói o caminho"

Sábias palavras.

11 maio 2007

Birrinhas

Carmona deu ontem mais uma conferência de imprensa, sem direito a perguntas note-se, onde candidamente aludiu a si próprio como sendo o bode expiatório do que de pior aconteceu na capital.
O autarca cessante sublinhou os "entraves à governação" que sentiu durante seu breve mandato, apesar de nunca especificar quais (ó espanto!). “Muitas vezes as atitudes com que fui confrontado deixaram-me atónito e até com uma certa vergonha de me ver envolvido em semelhantes jogos de poder e sedução" diz o Sr. Rodrigues. Pois, pois. Era vê-lo a andar pela cidade cheio de vergonha.
Ainda de acordo com o próprio, esses jogos foram de tal forma "bem arquitectados por certas mentes perversas que a sua desmontagem era impossível face ao ruído mediático entretanto conseguido". Ca ganda azar! Planos tão bons, táo bons, tão maquiavélicos, tão perversos e profanos, que eram impossíveis de desmontar. Liguem ao Jack Bauer, por favor.
O autarca afirmou que perante estas "ardilosas construções", em vez de as combater numa "guerra mediática", esperou que "o tempo devolvesse a verdade dos factos", mas admite que se possa ter enganado. "Admite" que se possa ter enganado? O gajo ainda não tem a certeza que se enganou? Admite que "possa" ter enganado? Talvez sim, talvez não? O comportamento do Sr. Rodriques não pode deixar de me causar um certo espanto. Quer dizer, o gajo assiste sentado, em lugar privilegiado, a situações desta amplitude e não faz nada?! Espera que passem para que seja devolvida a verdade dos factos??! Este gajo deve viver noutro planeta, ou então que o canonizem rapidamente que ele deve ser santo.
Ressalvando as devidas proporções, esta atitude é como se Roosevelt e Churchill se tivessem juntado antes da invasão para dizer: "Eh pá, a situação da Europa até tá um bocado má, mas não é preciso intervir, o tempo de certeza que nos vai dar razão, e nos vai devolver a verdade dos factos. Deixa lá estar os alemães que até fazem uma cerveja do caraças."
"Segui talvez erradamente este último caminho" (reparem mais uma vez que é somente talvez, o gajo ainda não tem a certeza), continua o ex-presidente, "convencido de que estava da inutilidade do primeiro, e sobretudo porque não tinha sido eleito para perder tempo em batalhas inúteis e típicas dos que estão na política para aparecer nos jornais e na televisão". Não foi eleito para perder tempo em batalhas inúteis? Então porquê que continuou uma batalha inútil e não se demitiu quando estava à vista de todos o que ia acontecer? E porquê que agora aparece a fazer conferências e mais conferências? É inútil combater contra manobras que visavam removê-lo do lugar? Não percebo.
Honestamente, a este senhor faltam-lhe sobretudo tomates.
Ele quer fazer parte do aparelho, sem fazer parte dele, quer entrar na política e ser apoiado por um partido (cuja filosofia traçada logo de início pelo seu líder é de que nunca apoiaria arguidos em processos para cargos públicos) sem bem entrar nos seus jogos e nos seus meandros, mantendo-se independente. O Sá Fernandes, por exemplo, que é somente vereador, luta contra tudo e contra todos, com razão ou não, mas sem medo, porque está convicto das suas motivações, do seu papel, das suas funções e defende sobretudo o nome da lei e da cidade.
Sr. Rodrigues, vá ao mercado da Ribeira e compre um belo e grande ramo de legumes vermelhos com os quais se faz sumo de tomate, deixe de fazer birrinhas e cresca.
Cresca e desapareça.

10 maio 2007

This isn't a seminar

Sempre que passa tenho que ver
Sempre que os meus olhos se cruzam com o DVD lá em casa, apetece-me ver
Sempre que vejo apetece-me pensar no filme

Talvez haja um Tyler Durden dentro de mim, talvez haja um Tyler Durden em todos nós.

09 maio 2007

(please not for the Week-end, pleeease...?)

< É sempre a mesma merda!



08 maio 2007

A verdade inconveniente

A Repsol, detentora directa ou indirectamente da rede de lojas de conveniência espalhadas pela capital, decidiu encerrar oito dessas mesmas lojas, dispensando 47 trabalhadores.
Só em Portugal é que lojas de conveniência fecham....e abrem lojas de inconveniência.
Em qualquer país em evolução, rumo no qual nos encontrávamos até há pouco tempo, abrem lojas de conveniência exactamente por serem...convenientes, por darem jeito, por ficarem abertas até tarde e haver sempre uma ali ao pé. Não encerram, abrem. No entanto, o que se tem vindo a assistir neste cantinho à beira-mar plantado é um retrocesso de muitos dos pequenos mas significativos avanços que tinhamos conseguido. Veja-se o exemplo de extinção dos lugares marcados nos cinemas.
O fecho das lojas de conveniência é também um sinal dessa falta de evolução, desse lento retrocesso, desta transição para o passado.
Enfim.
É o permanentemente vagaroso e brando acordar desta nação.

04 maio 2007

À Deriva

Lisboa tem um novo Edward J. Smith no comando da sua nau.
O problema é que, ao contrário do mítico Titanic, este barco que é a capital do país não colidiu inesperadamente contra nenhum iceberg, antes tem deixado entrar àgua por todos os lados, sobretudo por onde menos se esperava que entrasse, afundando-se alegremente aos olhos do edil camarário. Este iceberg estava à vista à muito tempo, era somente um cubo de gelo e a visibilidade de navegação era total. A água que se tem infiltrado nem sequer começou a entrar pelo porão, antes tem sido carregada alegremente em baldes sucessivos pelo capitão e seus ajudantes.
À semelhança do famoso capitão Smith, Carmona também não quer abandonar o leme, mas as afinidades ficam-se por aí, porque o que Carmona confunde é obrigação moral em continuar com um mandato para o qual foi eleito com uma saída éticamente justificável e inevitável perante o peso da justiça e, pelos vistos, das provas. Depois, se fosse considerado inocente, poderia vir colher os louros da sua atitude, assim arrisca-se apenas a ser permanentemente rotulado de rebelde sem causa, de agarrado a um poder inexistente, de menino birrento cujos pais há algum tempo decidiram retirar-lhe a semanada, qualquer que seja o resultado nos tribunais.
Caro Sr. Rodrigues eu sei que o seu comportamente pode parecer-lhe o mais nobre, mas é exactamente o oposto que sucede, porque ao contrário do Edward J. Smith e em oposição ao que o senhor não admite, vai mesmo acabar por ser atirado borda fora e isso, meu caro, para um capitão de navio, é a saída menos airosa possível.
Sobretudo para quem navega a bordo do maior navio português.

02 maio 2007

Despertar

Deitado na cama, à noite antes de adormecer, olhava para a luz dos carros que entrava pelas pressianas em diagonais imperfeitas, num fluxo contínuo e perpétuo. Olhava para esse movimento inconstante à espera de uma sombra, de uma outra sombra, de uma nova sombra, de um ser diferente. Até que adormecia rendido ao cansaço, apoderado pela penumbra melâncolica.
Na escuridão é que a luz ganha vida.