31 maio 2010

See you around Frank Booth

27 maio 2010

Carta aberta a todos os Grupos Parlamentares.

"A crise, infeliz e visivelmente, é só para alguns.
Exmos. Senhores Deputados,

Num tempo que ser quer de aperto e de constrição, em que é pedido à generalidade do povo português que se sacrifique individualmente em nome de um futuro geral melhor, eis se não quando me chega hoje às mãos o Despacho nº 8278/2010 proveniente do Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Este despacho nomeia a licenciada Mafalda Coelho Moreira para a realização de "consultas e estudos de natureza técnico-jurídica" no gabinete do Secretário de Estado a troco de uma remuneração mensal de 4.088 Euros, à qual acresce o IVA à taxa legal em vigor.

Não sei que consultas e estudos são esses, nem conheço pessoalmente a Sra. Dra. Mafalda Moreira, mas por amor de Deus, 4.088 Euros?

Mais uma vez assiste-se à triste verificação do que os Senhores Políticos, todos vós, mostram uma face ao povo e revelam outra nos calabouços da Assembleia. É isso que realmente pretendem? Assistir ao lento e perturbador definhar da democracia neste país pelo simples facto de a classe política passar unicamente a defender a sua classe e não as restantes, todas as restantes?

Pessoalmente é com vergonha, revolta e profunda mágoa que assisto ao trabalho de V.Exas. Vergonha de serem vocês a representar e governar esta grande Nação, revolta pelos contínuos actos de gestão lesiva dos dinheiros públicos e mágoa por reconhecer que nada se altera, tudo permanece e que os Senhores Deputados, passados, actuais e futuros continuarão a aproveitar-se do seu "estatuto" para ludibriar a opinião pública de forma clara e impune.

Tenham um pouco de brio no vosso trabalho. Acordem pela manhã e não pensem nos vossos motoristas ou nas viagens em primeira classe que todos nós alimentamos a contragosto, pensem antes no bem comum, no futuro, numa utopia em que os portugueses poderiam viver sem continuamente serem emitidos despachos como o nº 8278/2010 proveniente do Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

A única coisa que V. Exas. mostram a Portugal é que, na realidade, isto não passa de um regabofe, um salve-se quem puder e enquanto puderem vão continuar o assalto ao Banco da Nação. Enquanto dura este roubo ininterrupto, os trabalhadores deste país, os pedreiros, os padeiros, as caixas de supermercado, os portageiros, os empregados de restaurante, os enfermeiros e tantos tantos outros, continuarão a afundar-se nas areias movediças que os Deputados de República insistem em agitar.

Dito isto: parabéns à Mafalda Moreira. Gostaria de ter acesso ao Curriculum desta ilustríssima jurista e fico ansioso por ter acesso às suas consultas e estudos. Estou certo que a seguir a uma profunda leitura dos mesmos vou continuar envergonhado, revoltado e profundamente magoado.
Piores cumprimentos. "

17 maio 2010

Food, Inc.

14 maio 2010

Estado da nação

Agora é que vamos mesmo precisar de toda a sorte do mundo...

13 maio 2010

Errata #1

"Vol-au-vent já não temos, mas temos Volauvant fresquinho que é muito bom!"


04 maio 2010

Air Medeiros

Demorou a perceber, mas fê-lo.
Inês Medeiros veio hoje afirmar que não aceitará o pagamento de excepção da Assembleia da República e que será ela a liquidar as suas próprias deslocações.
Cara Inês, porque demorou tanto? Foi necessário chegar a este ponto de total ruptura com a sociedade e os seus próprios eleitores para que prevalecesse o bom senso de contradizer uma decisão errada?
Por falar em eleitores, Sr.ª Medeiros, conheço muitas pessoas que votaram socialista em Lisboa, mas nunca nenhuma me referiu o seu nome. Refere que tem um trabalho a desenvolver perante os votos que foram dados pelos seus eleitores, mas quais eleitores? Acha sinceramente que alguém votou em si, por si? Tente uma candidatura independente para a próxima para ver se é eleita.
Quanto à proposta do CDS-PP de legalmente vir a impedir que se custeie viagens de deputados residentes no estrangeiro, embora louvável na minha óptica, parte de uma premissa iníqua: não deveriam, tirando os círculos da emigração, ser possíveis candidaturas para a Assembleia da República, por círculos nacionais, de cidadãos residentes no estrangeiro. Ponto. Nem percebo como isto pode sequer ser discutível.
Se se sente ofendida pela onda nacional de "enxovalho" do seu bom nome, o que acha que pensará o cidadão comum a quem são pedidos sacrifícos extra neste período?
Sublinho apesar de tudo que a sua atitude em nada diminui o facto de a classe política ter aprovado que fossemos nós a pagar as suas viagens em primeira classe desde Paris. Esse facto mantém-se vergonhosa e descarademente inabalável.
Repito que a sua decisão é de aplaudir, talvez poucos a teriam, mas perante a permanente nuvem de fumo que pairaria sobre as suas presenças na Assembleia não lhe restava, contudo, outra opção.
Teria evitado isto tudo se, desde logo, tivesse tomado a mesma.