Salganhada

Frente à ameaça de o Estado em cobrar IRC e IRS aos juros obrigacionistas pagos a investidores de sucursais no estrangeiro, João Salgueiro declarou a 23 de Outubro passado que “os Bancos sabem bem o que fazer para não pagar impostos”.

Ontem, o Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, uma pequena Máfia nacional de interesses financeiros e políticos, perante a notícia de que o Governo aprovara, em Conselho de Ministros, um decreto-lei que vai acabar com os elevados níveis de arredondamento das taxas de juro praticadas pelos bancos, até agora sempre feitos em alta of course, e que rendem entre 73 e 198 milhões de euros anuais, só em arredondamentos note-se e dependendo do arredondamento, voltou à carga referindo que a "Banca tem meios para nunca ficar a perder".

As declarações do Dr. João Salgueiro, além de ignóbeis e desperzíveis, representam uma afronta a todos os portugueses que levam uma vida comedida feita de sacríficios diários na tentativa de garantir o mínimo de qualidade para as suas existências. Caro João, gostava que para si ficasse claro uma questão elementar: quem "fica a perder" são os portugueses que têm o pescoço enterrado em dívidas, quanto muito os Bancos deixam é de ganhar, e neste pequeno pormenor é que reside a enorme diferença.

Este homem devia ser preso perante tais afirmações pois declara públicamente a intenção de fugir aos propósitos legislativos do Estado que, de alguma forma, tenta minimizar ao efeitos da Banca no dia à dia dos portugueses, contornando quando necessário todas e quaisquer iniciativas que este tome. O ar de impunidade com que esse senhor profere as referidas declarações frisam a insolência e revelam bem o absoluto autoritarismo financeiro com que a Banca mina o Estado e a Nação.

Dr. Salgueiro, junte-se ao Ribeiro e Castro, ao Manuel Maria Carrilho, à Zita Seabra e à Manuela Ferreira Leite e vá pentear macacos!