14 julho 2005

Precisamos da religião?

As religiões atormentam o planeta.

Desde sempre o mísero ser humano, cordeiro de Deuses pastores, procura na religião, na sua própria fé, os caminhos recônditos da sua alma. Desde os primórdios da Humanidade, procuramos algo superior para justificar o injustificável, para nos defendermos daquilo que julgamos demasiado lato para compreendermos ou mesmo para apoiar as nossas teses de uma vida após a morte, como que receosos de que esta seja a nossa única e derradeira passagem.

Em nome destes Deuses, tudo se faz, tudo se constrói, tudo se destrói, nada se altera. E se não existisse religião?

Pensei nisto no passado dia sete de Julho. Pensei e tive a secreta esperança de que muitos mais tivessem pensado assim, pois talvez as coisas mudassem, mas cedo desisti dessa ideia ao ver que, ainda mais, cada um dos lados se apoiava nas suas crenças, nos seus Deuses.

Se não existisse religião, estou convicto de que este mundo seria melhor. Mesmo convicto. Se olharmos a factos, e tirando o Budismo que nem sequer considero uma religião, mas sim e sobretudo um supremo modo de vida físico, social e espiritual, todas as religiões apregoam o amor-próprio, o amor pelos seus próximos, mas o que se verifica na realidade é que, em nome destas fés, destes amores, provocam-se guerras, semeiam-se ódios, matam-se fiéis.

Neste particular, está na ordem do dia acusar os muçulmanos e a religião islamista, que de facto tem tentado impor os seus ideais à custa de assassínios, à força das balas e à potência de bombas, de ser a mais terrível das fés. Eles chamam-nos infiéis, ímpios, sionistas e tudo farão para aceder às portas de um paraíso sublime. No entanto, não nos podemos esquecer, nunca o devemos fazer, de que a religião católica, historicamente falando, foi culpada moral de mais mortes, mais extermínios, mais genocídios, mais perseguições do que possivelmente todas as religiões juntas. Não vou começar a enumerar exemplos, pois certamente fazem parte de todos aqueles que está neste momento a pensar, quer de um lado quer do outro.

Estes amores que defendem devem ser muito especiais para legitimar milhões de mortes.

Para dizer a verdade, uma das coisas que mais me repugna é o radicalismo. É qualquer tipo de radicalismo consciente, qualquer género de fanatismo inconsciente, seja ele o benfiquista que vive vestido de vermelho e tem cortinados a dizer SLB, cuecas gloriosas e perfume Benfica, ao defensor ecológico que maldiz o capitalismo e come cogumelos provenientes de estrume de vacas indianas, pois aí são sagradas. Muito mais, como é óbvio e retirando a carga cómica que antecedeu, me enoja o radicalismo religioso. Sempre me meteu impressão ser considerado um cordeiro de Deus num rebanho areado que vagueia por terras santas.

As religiões foram feitas para defender e proteger o Homem, servir como apoio e conselho superior, mas acabam fundamentalmente por dizimá-lo, pois não têm em conta a ínsita propensão guerreira do ser Humano. As religiões acabam por funcionar somente como mero justificativo de ambições humanas desumanas.

As religiões atormentam o planeta.

17 Comments:

Blogger MIN said...

estou totalmente de acordo contigo. (andas a escrever muito bem)Um beijo.

15:11  
Blogger RA said...

Acho que enquanto houver humanidade, vai haver religião.
Diz (quem dela precisa) que ajuda a encontrar um sentido para a vida e a não ter medo da morte.
Deve ser por isso, ou antes, pela sua falta, que ainda ando a ver se encontro um sentido para a minha e que tenho tanto medo de morrer.
Secalhar estou a precisar de uma religião. Tens alguma sugestão?

15:17  
Blogger GoncaloCV said...

RA, como podes ver, sendo eu próprio religioso católico apostólico romano (não faço a mínima ideia o que seja, mas sempre apeteceu dizê-lo, yes!), ando um bocado descrente desta cena da fé. O que aconselho é o budismo que, como eu refiro, não vejo bem como uma religião mas mais um pensamento livre e espiritualmente evoluído. Ha, e penso que o budismo tb reconhece haver vida depois da morte. Bjs

16:07  
Blogger Inspector Serra said...

Isto das bombas a explodirem mais não é que um efeito... e olhe que não é da religião mas antes de políticas inacreditáveis que fazem uns ter tudo e outros nada.

Claro que a solução não é termos tipos a rebentarem-se mas desde que se conhece o homem que há religião e olhe a vida há 10 anos atrás e diga lá se não era mais agradável? Terá sido a religião que mudou entretanto ou foram outras coisas?

Sejamos sérios,
Serra

16:59  
Blogger GoncaloCV said...

Caro Inspector, até concordo com o facto de que a génese de muitos conflito sejam as políticas dos Homems, mas as guerras e revoluções fazem-se muitas vezes sob a protecção moral da religião.

17:09  
Blogger GoncaloCV said...

Acho que Ele sabe muito bem o que faz, o que acontece é que Ele é estúpido. Há coisas que não têm perdão.

P.S.Ele é o Homem

18:28  
Blogger Bluedog said...

Não esquecer Bagdad, Fallujah, Abou Gharbi...Não há inocentes, o Homem não é inocente, é apenas Homem, ser frágil, arrogante por excelência para procurar esconder essa mesma fragilidade(s). Mas, e o Livre Arbítrio, que uso lhe damos ?

20:06  
Blogger Giso said...

Bem Gongas, nao e' o islamismo que defende os ataques terroristas. Mas a religiao sempre serviu como desculpa/razao para guerras, quando o que esta por tras sao inevitalmente interesses economicos/estrategicos. E continuara sempre a ser assim. A ultima religiao chama-se democracia.

05:32  
Blogger GoncaloCV said...

olá Giso, tudo bem? Eu não digo que o islamismo defende ataques terroristas (embora em boa verdade, se ouvires os imãs muitos apelam a tal). Eu digo é que a religião muitas vezes é o suporte moral para os conflitos. Bjs

10:26  
Blogger Patioba said...

Lembro-me de ter 6 anos (sei a idade por ter sido pouco depois do falecimento do meu avô) e de ter perguntado à minha avó qual a razão de haver tantas guerras, sendo Deus tão bom. Claro que eu nem fazia ideia de qual a razão das guerras. Aquilo que eu pensava era que Deus seria como que o patrão das nossas boas acções e as controlaria...A resposta, já naquela altura, não me satisfez. Disse-me a minha avó que Deus estava a testar os homens.

Não me considero melhor do que ninguém, nem mais inteligente, nem mais coisa nenhuma. Somos diferentes e pronto. Mas confesso que este foi o princípio do meu afastamento da religião, porque me senti vigiada e, constantemente, na iminência de ser castigada, caso não praticasse boas acções. E, expliquem-me, por favor, que maldade extrema existe numa criança de 6 anos (numa situação normal, óbvio)para lhe ser incutida esta culpa? (Big Brhother is watching you!?)

Crime e castigo, não obrigada!

Há, no entanto, o reverso da medalha. A minha outra avó foi perdendo a visão gradualmente, por ter diabetes. Nos últimos anos de vida já só via sombras. No entanto, fazia a sua vida independente e ia à missa todos os dias! Muitas vezes a ouviamos dizer, quando lamentava a falta de visão: que seja tudo porque deus quer! E, assim custava-lhe menos passar aquela provação. Iria ser recompensada, um dia, mais tarde...

Desculpa o tamanho do comentário....;)

11:24  
Blogger GoncaloCV said...

patioba, gostei do teu comentário, por extenso que seja. no meu Planeta podes sempre deixar os comentários que quizeres, pois às vezes uma pessoa tem de facto mais a dizer de que umas meras gracinhas ou opiniões. Quanto ao conteúdo em si, eu também me tenho vindo a afastar de Deus, ou talvez Ele de mim, pois cada vez sinto menos a essência da sua presença no Homem. Deus é amor e o Homem é ódio. Assim não dá.

11:58  
Blogger Patioba said...

Abusando um bocadinho da tua boa vontade....

Atenção quanto ao islamismo. Do que conheço, não é sinónimo de fanatismo ou terrorismo. O problema desta religião, é que é enquadrada numa cultura em que a maioria dos fiéis não sabe ler (o árabe não é tão simples de aprender como as línguas ocidentais. Um ponto por cima de um arabesco faz toda a diferença) e que vive em condições, na maior parte dos casos de pobreza (vejamos quais os países considerados mais fanáticos...)

Nesta conjuntura é fácil, um génio (infelizmente) pegar no Corão e "vendê-lo" à medida daquilo que lhe apetece (xiitas e sunitas discordam, apenas, na sucessão do profeta e por isso matam-se!Tudo porque interpretaram o Corão de formas diferentes).

O problema é que ao venderem estes ódios de estimação alimentam o ego de imensas pessoas que não conhecem outra realidade senão aquela e deixam um bocadinho a desejar em questões de auto-estima.

No fundo, pouco diferente é daquilo que a religião católica fez na Inquisição. É a velha máxima de "Se não estás comigo estás contra mim"!

Conheço alguns países árabes, com religião islâmica e a realidade deles é completamente diferente daquilo que nos vendem na televisão e jornais. Não tem mesmo nada a ver. E são povos de tal modo afáveis que estou a alguns dias de repetir férias na Tunísia.

14:06  
Blogger Andre_Ferreira said...

Creio que a partir do momento em que alguém se lembra de dizer que é o detentor da verdade, e que a sua verdade é a única, estamos em perigo! Primeiro porque a meu ver ao achar-se detentor duma verdade tão grande está a ser à partida arrogante para com as outras formas de pensar: não és cá da religião és ignorante! ou melhor, és infiel! E o ser infiel quer dizer que já não pertences à mesma espécie, quer dizer que pertences a uma espécie de qualidades inferiores! E por isso: és um alvo possivelmente a abater! Eu não preciso de religião para nada!

14:35  
Blogger GoncaloCV said...

Caro Bufas, aqui podes dizer exactamente o que pensas, não censura ninguém que explique, em modos correctos, o seu ponto de vista. Acho que de facto a religião tem os seus benefícios no mundo, mas não concordo contigo quanto aos leprosos e à BAF. Acho que sem religião teriam existido movimentos que tomassem conta das situações, como existem aliás milhares no mundo, não religiosas, não políticas, que fomentam o bem e o cuidado ao próximo. Não acho que tenha sido radical no meu post, limitei-me a questionar se a religião é de facto, ou não, uma mais-valia, ou se, antes pelo contrário, tem servido sobretudo de pretexto para guerras "santas". Cada um a sua opinião. Abraço

16:12  
Anonymous Anónimo said...

Paulo Luiz Mendonça.
Email pauloluiz41@hotmail.com


Manifestação religiosa.

A manifestação religiosa, ou seja, a busca de um Deus exercida pelos seres humanos, dizem os entendidos que esta manifestação se dá porque existe dentro de nós uma chama flamejante e divina a qual nos impulsiona a crer em um ser superior e criador do universo como um todo.
Eu particularmente não acredito em nenhuma chama flamejante interna nos levando para esta manifestação.
Em primeiro lugar se o ser humano fosse eterno não houvesse a morte, ou seja, o fim da vida, esta manifestação, esta chama flamejante nem faria parte do nosso vocabulário, também não faria parte do nosso intimo. O que acontece na verdade é que o ser humano morre de medo só de pensar na morte, e como será alem dela. Todos nós sabemos que ela é impossível de ser evitada. Diante desta preocupação com o alem túmulo e que leva os seres humanos a buscarem alguma coisa na sua imaginação, ou ainda nos ensinamentos vindo de pessoas que professam religiões, mesmo que estes ensinamentos não sejam verdadeiramente provados, eles acreditam para aliviar um pouco as suas preocupações com o futuro incerto. Sendo assim eles se contentam com uma fantasia qualquer para aliviar suas duvidas e amenizar o medo mórbido da morte.
A maioria das pessoas irão se arrepiar com esta crônica, irão dizer que é uma escabrosa heresia, mas estou tranqüilo porque, ela está baseada em raciocínio lógico e coerente, é só analisá-lo friamente sem a interferência de dogmas religiosos.
O que leva a maioria dos seres humanos a buscarem as religiões não é nada mais do que buscar ajuda para problemas de saúde, de dificuldades financeiras, ou por problemas de foro intimo. Observem buscar ajuda: Ninguém se preocupa em levar ajuda para ninguém, pensam somente em angariar vantagens, isso é próprio do nosso egoísmo
Pessoas, sem os problemas relacionados acima, dificilmente são freqüentadoras assíduas de templos religiosos. Elas freqüentam bem moderadamente sem muito fanatismo, muitas vezes, somente para fazerem se passar por pessoas cheias de moral, para mostrarem que são tementes a Deus, mas o egoísmo, maledicência, orgulho, arrogância e o individualismo continuam intactos na consciência sem nenhum progresso.
O progresso tecnológico executada pela mente humana caminha rapidamente para um futuro promissor, continua avançando a passos largos, mas infelizmente a moral humana continua caminhando para traz, sempre retrocedendo. Continuando assim a moral humana que dizem ser a essência de Deus estará voltando lá para a idade da pedra.
Paulo Luiz Mendonça, autor do livro Crônicas Indagações e Teorias. Editora Scortecci.
Nota, se tiverem interessados em crônicas combatendo políticos corruptos e religiões fajutas, procurem na Google e só digitar Paulo Luiz Mendonça, tem mais de 100 trabalhos meus.

20:37  
Anonymous Anónimo said...

Precisamos de Religião?

Algumas religiões dizem que nós somos o templo do espírito santo, Outras dizem que somos a essência de Deus, outras dizem que Deus esta dentro de nós. A ciência por sua vês diz que temos em nosso cérebro um potencial magnífico, basta saber usá-lo. Se temos todo este potencial cerebral dito pela ciência e todo este potencial divino dito pelas religiões. Então qual o sentido em submetermos a toda essa exploração imposta pelas religiões. Eu nunca tive nenhuma dificuldade em me dirigir sozinho pela vida sem orientação de teocratas. Penso que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, honestidade e amor ao próximo pode fazer isso tranquilamente sem nenhum esforço.
Tenho certeza, o que leva os seres humanos a se engajarem em alguma religião, é nada mais, nada menos do que o medo da morte. Pergunto para que ter medo se este fato é inevitável, dizem que os religioso se sentem mais tranqüilos em relação ao medo da morte, digo com toda certeza não é que eles resolveram o problema, apenas eles estão se enganando para se sentirem mais tranqüilos nada mais que isso.
Paulo Luiz Mendonça.
Email pauloluiz41@hotmail.com

15:03  
Anonymous Anónimo said...

Email pauloluiz41@hotmail.com



Fazendo perguntas, a quem quiser responder.

Pergunta. O que leva as pessoas a acreditarem na Bíblia sagrada com tanta convicção?
R.
Pergunta, sem a Bíblia seria impossível a humanidade ter o progresso que teve até hoje?
R.
Pergunta, se toda a humanidade bitolasse somente na Bíblia para adquirir conhecimentos, teríamos tido o mesmo progresso?
R.
Pergunta, as pessoas que acreditam na Bíblia tem de fato um conhecimento profundo da historia da humanidade no que tange religiões?
R.
Pergunta, Os adeptos da Bíblia sabem que são 40 autores que a escreveram em um período de 1.600 anos?
R.
Pergunta. Com tantos autores e um período tão extenso, não seria possível ter entre eles alguns falsos profetas?
R.
Pergunta, em um período de 1.600 anos sem nenhum meio de comunicação como foi possível fiscalizar ou comprovar que os escritos eram autênticos?
R.
Pergunta, Os adeptos da Bíblia sabem que naquele tempo a maioria das pessoas eram analfabetas e com poucos conhecimentos?
R.
Pergunta, Existe algum religioso que após ler toda a Bíblia virou ateu ou agnóstico?
R
Pergunta, Existe algum ateu ou agnóstico, os quais lendo a Bíblia se converteram em religiosos?
R.
Pergunta. Os adeptos da Bíblia sabem que 65% da humanidade não acreditam em tal livro?
R.
Pergunta, Os adeptos da Bíblia sabem que não é democrático criticar 65% que não acreditam, pois na democracia a maioria deve prevalecer?
R.
Pergunta, os partidários da Bíblia quanto ao criacionismo, já estudaram com profundidade o evolucionismo para tirarem suas dúvidas, ou são proibidos de fazê-lo?
R.
Pergunta, há algum cristão que tem convicção que segue a risca os preceitos de Cristo?
R
Pergunta, há algum cristão que acha fácil seguir os preceitos do mestre?
R.
Pergunta, há algum religioso que sabe que é melhor não seguir nenhuma religião do que segui-la com falsidade?
R.
Pergunta, há algum religioso que descobriu Deus sozinho, sem a ajuda no inicio dos seus pais e depois dos teólogos?
R.
Pergunta, os cristãos sabem que se eles tivessem nascido em pais islâmico eles seriam adeptos de Maomé?
R.
Pergunta, os religiosos sabem que seguir uma ou outra religião quando crianças depende do país onde nascemos, e não da nossa escolha?
R.
Pergunta, os religiosos sabem que quando nascemos nossos pais nos rotulam com a religião que eles professam?
R.
Pergunta, os religiosos sabem que no passado houve vários deuses, os quais foram transformados até em piadas para os seguidores de um Deus mais recente?
R.
Minha resposta, todos nós temos o direito de seguir o caminho que quisermos, mas devemos nunca se esquecer de observar o caminho com muita atenção para não sermos ludibriados e levados ao fanatismo, porque o fanatismo é o bloqueio da nossa inteligência, pois o fanático não tem mais vontade própria ele e guiado por terceiros que os manipulam a seu bel prazer.

Paulo Luiz Mendonça.

13:15  

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