16 julho 2007
Foi ontem anunciado que a arquidiocese de Los Angeles vai gastar 660 milhões de dólares em indemnizações e assim evitar a ida a julgamento de 570 pessoas que avançaram com processos de abusos sexuais contra 220 padres, frades, catequistas e outros funcionários da Igreja Católica da Califórnia.
De acordo com os advogados das vítimas, a arquidiocese aceitou uma proposta para um acordo judicial que não só estabelece um montante recorde das indemnizações a pagar aos queixosos mas também exige que a hierarquia religiosa torne públicos os documentos internos e confidenciais necessários para a compreensão do que se passou nas diversas paróquias de Los Angeles.
Isto tudo é muito bonito e até compreendo os queixosos que querem ver isto definitivamente para trás em vez de prováveis anos e anos a arrastar isto na justiça sem sequer ter a certeza do resultado desejado, mas a verdade é que a Igreja prima pela não responsabilização dos homens de Deus, e isso enoja-me.
Não é a primeira vez, nem tão pouco provavelmente será a última, que isto sucede, mas não deveria o Estado, qualquer Estado, tomar medidas de forma a punir efectivamente pessoas que cometem estes actos hediondos e obscenos e que deixam, à luz de acordos firmados nos corredores da justiça, de cumprir qualquer pena? Acabam assim por sair impunes de atrocidades cometidas em crianças indefesas e voltam a abraçar a nossa sociedade como se nada fosse, predadores novamente à caça das suas próximas vítimas. Neste caso são 220.
A Igreja sobretudo deveria ter um papel sem mácula e ser a primeira a condenar estes actos e estas pessoas, o que muitas vezes não acontece.
Para as 220 almas: burn in hell!
2 Comments:
Quem é a Igreja? Sinceramente, a atitude oficial, se é chocante, não deveria espantar ninguém. O instinto de preservação continua apurado e é o mesmo que fez a inquisição e outros "mimos", que, como se demonstra, não são tão históricos quanto isso. Eu há muito tempo que me auto-excluí dessa Igreja, quando percebi que, por ser mulher, nunca teria direito a pertencer a ela plenamente. Há quem prefira ficar conformar-se ou ficar e tentar mudar alguma coisa. Felizmente, podemos hoje em dia, dispensar a benção da Santa Madre Igreja e procurar qualquer outra via de realização espiritual. Quem comunga aos domingos e dias santos é que deve pensar de que Igreja é que quer fazer parte.
Quando aos acordos, fazem apenas parte do sistema legal norte-americano. Por cá não seria possível... nós cá julgamos o padre pedófilo e assassino e depois deixamo-lo fugir para o Brasil. Às vezes mais vale um mau acordo...
feita por homens para homens, como é que havia de dar certo? concordo totalmente contigo AMaze. Bjs
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