20 janeiro 2006

Carta aberta à minha Mãe

Querida Mãe,
Hoje comemoramos mais um dia da tua vida, um dia mais em que me sinto feliz por existir, somente pela alegria de te conhecer, de te amar.

A nossa vida comum construiu-se à base de encontros e desencontros, presenças e ausências, e se é verdade que as saudades eram sempre muitas, os reencontros efusivos faziam sempre esquecer qualquer mágoa que pudesse existir. Ainda me lembro de chegar ao aeroporto com o Rodrigo e irmos a correr para o vidro para ver a tua cara e o teu sorriso que nos esperava no meio de tantos outros. A hospedeira tinha de acelerar o passo para nos acompanhar. Por isso talvez ainda nos vamos buscar um ou outro ao aeroporto sempre que viajamos. Senti sempre a tua força, o teu coração a bater ao meu lado, os teus abraços fortes, os teus beijos reconfortantes.

Conheces-me melhor do que ninguém, melhor talvez do que eu próprio me conheço, e sei que te preocupas com o meu futuro, a minha estabilidade emocional ou o meu bem-estar com genuína devoção, com genuíno amor. Conseguiste estar sempre perto de mim, conseguiste também através da tua perseverança e da tua garra, não nos transmitir as mazelas da tua própria infância, o peso que carregas que só tu conheces. Por vezes dou por mim a pensar que tudo daria para que esse peso fosse apagado da tua vida, para que fosse reconhecido e aplaudido o teu coração puro. Talvez seja isso o que procuras, somente uma palavra de agradecimento, nem que seja.

O teu instinto maternal levou-te e teres seis filhos, os meus queridos irmãos que são alguns dos meus bens mais preciosos. Ainda querias adoptar mais um ou dois, mas já não havia espaço. Tentaste sempre que os teus problemas profissionais não nos afectassem e chegar a casa com um sorriso nos lábios. Outrora, já te vi chorar uma ou duas vezes, por razões que conheces e desconheço, e não existe para mim pior memória do que essa, pior momento. Estar ao teu lado sem te conseguir transmitir o que sempre me deste apertou-me o coração. Por favor, não chores mais.

Por tudo isto e muito, muito mais queria desejar-te um óptimo dia de anos, uma óptima vida. Completas a minha existência de uma forma indescritível, como só uma Mãe o pode fazer, como só um anjo o sabe fazer. Não sei o que faria sem ti. Não sei.

Parabéns Mãe

7 Comments:

Blogger Poor said...

sweet!parabéns à mãe!

20:13  
Blogger Bluedog said...

Parabéns também ao G!

Quando o coração fala tudo fica dito.

14:59  
Blogger bublicious said...

Bonita e merecida carta :)Não há palavras para descrever a tua mãe...é uma pessoa...assim...de grande...de espectacular...bonita como poucas há....
Love u both
R

22:36  
Blogger bublicious said...

Ah..e já agora..só há uma coisa q não concordo..sempre existiu espaço para mais alguns...um coração tão grande tem sempre espaço e amor para dar...eu pelo menos sempre o senti...e se há frase q nunca me hei-de esquecer da minha infância foi '' se não a quiserem eu fico com ela''..sem sentido perjurativo..só com amor, mto amor
R

22:41  
Blogger GoncaloCV said...

Bubs, o não haver espaço era no sentido físico, de não haver espaço lá em casa, porque no coração da minha Mãe há espaço para muita mais gente, nomeadamente para ti. Bjs grandes.

00:44  
Blogger marco said...

bonito

23:15  
Blogger Humor Negro said...

Long time no see G. :-)
Isto está em pousio?
Abraço

13:58  

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